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DOCUMENTO ATUALIZA CENÁRIO DA SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR NO BRASIL

  • 04/09/2022
  • Instituto Feliciência

Dois anos depois da maior crise global ser declarada em muitas décadas, cientistas se debruçam sobre os efeitos de uma outra escalada de adoecimento: os transtornos mentais. Dados confirmam que a pandemia aumentou em 25% a prevalência de ansiedade e depressão no mundo. O Brasil posiciona-se como o país mais depressivo da América Latina e no topo do ranking global de TAG, o Transtorno de Ansiedade Generalizada. 

"O ônus dessa perda de sustentabilidade humana está em todas as esferas. Ninguém - nem pessoas físicas, nem jurídicas - escapa do prejuízo", alerta Carla Furtado, pesquisadora na Universidade Católica de Brasília e diretora do Instituto Feliciência, responsável pela publicação do white paper Alerta Amarelo: Perspectivas de Prevenção e Enfrentamento ao Adoecimento no Trabalho e Análises sobre o Panorama de Saúde Mental no Brasil - coletânea de visões destinada à reflexão e ao debate nas organizações públicas e privadas durante o Setembro Amarelo.
           

O documento revela o panorama brasileiro diante das questões mais incapacitantes para uma sociedade produtiva e traz as perspectivas críticas de personalidades e instituições reconhecidas como autoridades no estudo do comportamento humano. Entre os especialistas que marcam posicionamentos no compilado científico estão Dr. Christian Dunker - professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Dra. Maria Livia Tourinho Moretto
coordenadora do Laboratório de Pesquisas 'Psicanálise, Saúde e Instituição' do IPUSP; o Instituto Cactus - organização sem fins lucrativos que atua de forma independente para ampliar a promoção de saúde mental no Brasil,  especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein, além de organizações públicas e privadas engajadas no tema.            

Entre os principais destaques da publicação estão leituras aprofundadas sobre o que mostram os dados. A depressão por exemplo, superou os casos de diabetes nos últimos dois anos. O indicador da Covitel, Inquérito de âmbito nacional que investiga os impactos da pandemia no País, revelou que entre os períodos de pré-pandemia e o primeiro trimestre de 2022, os diagnósticos de depressão tiveram aumento de 41%. "Vale lembrar que o índice pode ser mais alarmante, se considerarmos que muitas pessoas sequer foram diagnosticadas, ou seja, temos uma margem de subnotificações", ressalta a pesquisadora. Na análise dos recortes por grupos, aparecem urgências de debates focais ainda maiores, em especial entre as mulheres e os adolescentes.

Esse cenário, segundo os posicionamentos registrados, atende aos interesses de uma indústria que está ávida para oferecer fórmulas prontas para questões complexas. Nunca se venderam tantos psicotrópicos e infoprodutos. "A medicalização desenfreada e sem critérios além de não tratar pode adoecer ainda mais, tanto quanto a implantação de práticas que apenas embalam um discurso superficial de cuidado e provocam um mal psíquico ainda maior", afirma Carla Furtado. "O documento informativo contém no texto um grito silencioso de alerta que precisa ser ouvido: a saúde mental virou um grande negócio", afirma.

A coletânea apresenta também iniciativas de prevenção e enfrentamento que colocam o ser humano no centro. "O documento é uma carta assinada pela ciência, que faz um convite à reflexão, não por um mês amarelo apenas, mas por um posicionamento que nos comprometa com a busca de soluções. Trata-se de uma provocação para o despertar de uma capacidade humana esquecida: a conduta de 'amar elos'. O sofrimento psíquico do trabalhador dói em toda a sociedade", conclui Carla.
 


SERVIÇO

Relatório Técnico
"Alerta Amarelo: Perspectivas de Prevenção e Enfrentamento ao Adoecimento no Trabalho
e Análises sobre o Panorama de Saúde Mental no Brasil"

Lançamento: 05.09.2022 
Baixe aqui a versão digital (distribuição gratuita)



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